25/07/2014

Honda CBF600SA: revisão dos 30 mil quilómetros

Chegada do passeio até à Holanda, que totalizou 7059km, a CBF tinha que ir de novo à revisão... contando quase 8500km desde a última (cerca de 2500km para além do intervalo programado).
Realizada na Linhaway, a manutenção programada contemplava apenas a mudança de óleo. Para além disso foram também removida alguma ferrugem que apareceu no suporte das carnagens e na protecção de motor direita (estava arranhada por causa de um percalço) e, o mais importante e doloroso, foi substituído o kit de transmissão que depois da afinação a meio da viagem já estava na zona vermelha da marcação.
A substituição do kit de transmissão não foi sem confusão, pois há versões da CBF que podem montar o kit da Hornet, que varia no número de dentes (um a mais ou a menos, fiquei sem saber) e varia (muito) no preço... não é o caso da minha, o que deveria fazer com que ficasse sem mota até terça-feira, o que eventualmente acabou por não acontecer tendo a mota sido entregue no mesmo dia visto haver um kit de transmissão disponível na Linhaway.
A intervenção foi feita aos 32799km com o valor total de 351.93€... é bom que aprenda, e depressa, a poupar a corrente, que isto é um valor que aleija bem a carteira!

24/07/2014

Honda PCX: revisão dos 20000km

Respeitando o plano de manutenção da marca, a pequena PCX voltou ao representante para fazer nova revisão aos 20874km. 
Esta revisão contempla apenas a mudança do óleo, tendo no entanto havido duas intervenções extra, a primeira de cosmética devido a um sinistro no início do ano em que um autocarro mandou a PCX ao chão quando esta estava parada num lugar de estacionamento (vai no entanto ter que regressar ao representante a fim de corrigir a montagem de um dos plásticos) tendo-se arrastado o processo na seguradora até ao início do mês passado, a segunda foi a substituição do disco de travão por este estar empenado (graças ao esquecimento de retirar o cadeado de disco).
A revisão foi, ao invés das últimas intervenções, realizada na Linhaway, tendo custado 42.50€.
Aproveito ainda para referir que, desde a aquisição, a "125 azul" reduziu a despesa em combustíveis na casa dos 51% (quando comparada com o anterior veículo, um Seat Ibiza 1.9D a gasóleo), sendo o valor total da poupança cerca de 724€.

20/07/2014

Substituição das pastilhas traseiras na Honda CBF 600

Mesmo se aquando da substituição do pneu traseiro na Motocenter me disseram que as pastilhas não iriam durar até ao final do passeio pela Europa (cerca de sete mil quilómetros), a ponto de levar as pastilhas a passear para as trocar a meio da viagem se fosse caso disso, o facto é que elas aguentaram o trabalho e, agora que está marcada nova revisão, é que achei que não havia necessidade de continuar com as pastilhas, que mesmo assim ainda fariam mais alguns quilómetros... mas para quê arriscar leva-las ao ferro?
O processo é simples, o único "segredo" está em recolher o êmbolo da bomba a fim de dar espaço para alojar as pastilhas novas, o que se pode revelar uma tarefa ligeiramente mais complicada de realizar do que num automóvel.
Adquiri umas pastilhas da EBC na Moto Solução em Loures, após aconselhamento com motociclistas mais experientes e depois de saber o preço assustador das Nissin de origem. Foi-me garantido que não perderia eficácia, era a minha única preocupação.
Eis o aspecto do sistema de travagem traseiro ainda antes de começar a mexer, para evitar cometer algum disparate recorri ao manual que está disponível para consulta e descarregamento aqui.
Depois de recolher parcialmente o êmbolo, como explicado no manual, há que desapertar o parafuso de fixação das pastilhas (toda a operação foi realizada apenas com as ferramentas disponíveis no estojo da CBF, mas será sempre aconselhável usar chaves de luneta em detrimento das chaves de bocas).
Aliviado o parafuso de fixação das pastilhas, há que desapertar o parafuso de fixação da bomba a fim de que esta possa ser levantada dando acesso às pastilhas.
Removido o parafuso de fixação da bomba, remove-se de seguida o de fixação das pastilhas (aproveitei, antes de remover o parafuso, para acabar de recolher o êmbolo da bomba).
Tudo desapertado e êmbolo recolhido, o passo seguinte é...
... rodar a bomba sobre o outro parafuso de fixação de maneira a dar acesso às pastilhas, removendo-as sem grandes dificuldades.
A diferença de espessura entre as velhas Nissin à esquerda (que aparentavam ser as originais) e as EBC.
Antes de passar ao processo de montagem, há ainda que remover as chapas-mola que encaixam na parte de fora das pastilhas e colocá-las nas novas.
Colocar as pastilhas novas em posição e voltar descer a bomba para a posição de fixação...
... acertar a posição das pastilhas, lubrificar e colocar o parafuso de fixação das mesmas, sem o apertar completamente.
Colocar e apertar o parafuso de fixação da bomba (segundo indicação do manual, deve ser apertado a 22Nm).
Apertar o parafuso de fixação das pastilhas (a 17Nm segundo o manual) e accionar o travão traseiro para que o êmbolo se ajuste à espessura actual das pastilhas (isto deve ser feito antes de circular, não imagino situação pior que tentar travar e o sistema ter que eliminar a folga... numa situação de emergência).
Pessoalmente não tinha qualquer tipo de material de limpeza, mas é aconselhável limpar o sistema com um spray adequado para limpeza de travões, verifiquem também as borrachas (guarda-pó) que protegem os parafusos de fixação da bomba, pois estes servem também de guia ao movimento da bomba, se estiverem em más condições e deixarem entrar sujidade, vão acabar por perder poder de travagem.
Tempo total dos trabalhos... 30 minutos se tanto, valor pago pelas pastilhas 21€, realizado aos 32797km, satisfação por fazer alguma coisa com as próprias mãos... não quantificável.

18/07/2014

... e de volta a Portugal

Repetiu-se a rotina matinal habitual dos últimos dias pela última vez e partimos sem muito barulho do campismo e deixámos Toledo para trás ainda com uma temperatura amena.
A viagem correu sem sobressaltos e sem grande história pela A40 e seguida da E90 até Badajoz para "fugir em direcção à fronteira", com paragens apenas para abastecer a máquina e o corpo, entrámos em Portugal, ganhámos uma hora e parámos de seguida para almoçar.
A viagem estava a correr a bom ritmo e, mesmo com uma paragem extra para refrescar que o calor alentejano estava a fazer das suas, pouco depois das quatro da tarde já estávamos a esticar as pernas junto ao aeroporto de Lisboa, uma hora mais e estávamos em casa...
  ... depois de 7059 quilómetros percorridos por oito países durante 19 dias, foi com alguma tristeza que estávamos oficialmente de volta na nossa primeira grande viagem.

Agora que olho para trás enquanto tento relatar estes últimos dias sentado no (des)conforto do sofá, dou por mim a perguntar-me "porque não comecei mais cedo?" e a resposta perde-se num misto de receios e de oportunidades que se foram deixando passar...
A ideia de "arrancar e ir Europa fora" surgiu há uns anos atrás em conversa mais ou menos séria com um grande amigo, o plano era levar dois E30 rumo a Nürburgring e a Munique... um par de rodas e um par de cilindros a menos, uma gaiola de metal subtraída, um destino ligeiramente mais a norte e uma ida a dois em vez de quatro foram a realidade... há que ser flexível e adaptar... e eis-nos à espera de nova oportunidade para "partir".

(falta aqui um vídeo... assim que conseguir atinar com a edição da cena)

16/07/2014

Até às ruas de Toledo

O despertar no nosso décimo sexto dia foi, para não variar muito, cedo e com ar de quem tinha passado a noite inteira na rambóia, arrumámos a bagagem com o mínimo de barulho possível para não perturbar a vizinhança (o nosso simpático vizinho, que nos safou no dia anterior, ainda nos veio desejar boa viagem)... levámos a mota, ainda coberta pela humidade da noite, a empurrão até à recepção e fomos em direcção... ao pequeno-almoço!
De pequeno-almoço tomado em Amposta seguimos pela N340 parando em Peñiscola e mais tarde em Vila Real (perto de Castelló de la Plana) a partir de onde entrámos na A7 que contorna Valência da qual saímos para rumar então ao interior de Espanha pela interminável E-901 até Tarancón onde percorremos a A-40 paralela à N400 que acabaria por nos levar, já com o Tejo por companhia, a Toledo.
Estamos aqui!
Toledo é uma cidade quente, o campismo El Greco (que até encontrámos rapidamente), tinha uma recepção fresca ao nível de um frigorífico industrial e também tinha piscina e ainda estava aberta ao público... por mais 30 minutos?! Novamente precisámos de um martelo que foi prontamente emprestado pelo funcionário da recepção, acho que mesmo contando com esse contratempo, nunca montámos a tenda tão depressa como desta vez! Ao fim de 10 minutos já estávamos de molho em água tépida aquecida pelo sol impiedoso do centro de Espanha... só um reparo, a cerveja podia ser melhor.
A Bufas afinal é tímida.
O final da tarde tardio parecia arrastar-se lentamente até à noite, o calor era agora bem mais suportável e um passeio a pé por pontes e ruas estreitas vinha a calhar (o líquido mais fresco em Toledo era cerveja... tá tudo dito, não?) e tomámos a decisão de dedicar o dia seguinte ao conhecimento da cidade e à preguiça na beira da piscina.
O plano era, assim que estivéssemos despachados dos afazeres matinais, iríamos em direcção ao centro da cidade para ver as vistas... a ideia foi boa, mas Toledo só abre às 10 horas, até essa hora até um café aberto é difícil de encontrar (ou não procurámos o suficiente) mas compensava o facto de se andar na rua sem atropelos enquanto se deitava o olho aos edifícios. Almoço a dois tomado, recuerdo típico adquirido, regresso ao campismo e à sua piscina, jantar numa superfície comercial... aproveitar o serão para treinar o inglês a ouvir e a contar as tropelias da estrada com os vizinhos ingleses, motards de longa data que não hesitaram em chamar-nos doidos por arrancarmos de um país quente em direcção a norte (dizia ele que eu devia ter ido para as bandas de Marrocos, mas ia precisar de uma BMW como a dele) e porque nos estávamos a predispor a percorrer os mais de 600 quilómetros que separam Toledo e Lisboa num só dia (dizia ela que mais de 300 e já chegava ao destino rachada ao meio).























14/07/2014

Décimo quinto dia, da serra à praia

O dia começou, como de costume, cedo, aparentemente demasiado cedo... não, nós não madrugámos, o resto do pessoal é que ainda estava a recuperar das celebrações do final do mundial de futebol na noite anterior.
Mesmo num local onde éramos claramente estrangeiros duas vezes fomos muito bem recebidos neste retiro Holandês em França e foi com alguma pena que não ficámos mais tempo para experimentar algumas das actividades que estão disponíveis nas imediações do campismo... restava-nos partir em direcção ao Delta d'Ebre onde queria passar a noite... ver o nascer do sol no mar não é todos os dias.
Voltámos à N116, que já conhecíamos do dia anterior, e seguimos em direcção à fronteira trepando as estradas torcidas e retorcidas, sempre acompanhados por auto-caravanas e por motas, por nuvens e por imagens tiradas de postais a cada curva desenhada na serra, tudo a três dimensões e em alta definição...
... fotografias só mesmo para "mais tarde recordar", porque justiça, não fazem.
Vamos lá a montar na Bufas (nome carinhosamente atribuído à CBF pela minha respectiva... mesmo assim não está tão mau como o que atribui à PCX) para continuar a trepar rumo à fronteira. A N116 começou a nivelar, deixou de ter curvas tão apertadas, posteriormente começou a descer e a tornar-se numa espécie de DN7 mais lenta, mas também mais graciosa na dança das curvas, admito que pouco olhei à volta nas zonas mais animadas, mas era capaz de viver aqui... antes de chegar a Bourg-Madame, passar a fronteira para Puigcerdà, parar numa estação de serviço da Repsol para esticar os esqueletos enquanto apreciávamos um pouco de sol (da próxima meto-me em aventuras no Verão!), beber uma amostra de café, ser cumprimento por um motociclista Suíço, comprar um mapa de Espanha e ouvir o telemóvel receber a mensagem de boas vindas a Espanha... estávamos oficialmente em Espanha! Agora tínhamos uma N152 e uma N260 que nos levariam até à C14 que passa em Coll de Nargó onde efectuámos a nossa "pausa para refeição" num estabelecimento que cheguei a pensar que fosse um clube, a avaliar pelo parque.
Por esta altura já se começava a notar a temperatura a subir mas nada que fizesse adivinhar o que aí vinha (querias Verão, não era?).
Deixámos a C14 em Artesa de Segre onde entrámos na C26, seguiu-se a C13 até perto de Lleida onde passámos para a C12 que ruma a sul, onde o calor já era tanto que a paragem já não foi para esticar as pernas, descansar o rabo ou outra desculpa qualquer, foi mesmo para hidratar e ventilar... bem-vindo ao interior de Espanha!
Paragem seguinte, Tortosa, com direito a compras para o jantar antes arrancar em busca do campismo, o L'aube, junto à  foz do Ebro.
Se encontrar o campismo não foi particularmente difícil por entre a paisagem plana e cheia de água (apesar das poucas indicações disponíveis), montar a tenda revelou-se uma tarefa digna de uma parceria ibérica entre parcelas vizinhas de gerações diferentes. Nós, os portugueses, mais novos e a precisar de pregar estacas, e eles, os espanhóis, a gozar a aposentação numa caravana de pneus vazios mas apetrechados para todas as eventualidades, até para o aparecimento de vizinhos sem martelo. 
De facto desenrascaram-nos por duas vezes, quando nos emprestaram o martelo e, já depois de ambos termos jantado, quando nos vieram perguntar se tínhamos repelente de insectos... o simpático senhor, ao ouvir a nossa resposta, rapidamente voltou com uma embalagem para nos dar e nos salvar de uma potencial carnificina. Bem haja!