21/07/2015

Uma vedeta internacional

Este foi o primeiro dia de trabalho depois de duas semanas de férias, foi também um dia de calor... um daqueles dias em que, pelo simples facto de vestir o equipamento, me sentia a cozer em lume brando mesmo com a CBF parada à sombra.
Com o motor já a trabalhar, consegui colocar as mãos dentro das luvas a custo enquanto pensava que, assim que arrancasse, tudo ficaria melhor, e ficou. Ficou tão "melhor" que um percurso de oito quilómetros se tornou num de 80 e picos quilómetros em ritmo de passeio. Não, a bateria não estava a precisar de carga, não estava a precisar de desabafar, estava só a precisar de rolar de motor a ronronar por paragens mais frescas até me apetecer voltar para a casa... só porque sim.
Havia algo de estranho no comportamento da mota enquanto percorria a N9-1 (conhecida por estrada da lagoa azul), parecia uma dança em que a "ela" não parava de abanar o rabo para cima e para baixo... lembrei-me então que ainda não tinha voltado à configuração "normal" da suspensão traseira, deveria ser isso ou, talvez, eu a tomar consciência da falta do incremento de peso da semana anterior? Já trato disso quando parar.
Chegado ao Cabo da Roca, consegui encontrar um local bom para parar e tirar uma foto à Bufas com o cruzeiro em pano de fundo, ainda estava a guardar telefone e dirigem-se a mim de forma pouco compreensível. Eram duas "asiáticas" queriam uma foto "dela" (obviamente, minha não seria de certeza)... Bufas, rapariga, eu não te disse que comigo ias ser uma vedeta internacional?
Voltei a colocar a mola do amortecedor na posição "média" e lá fomos nós ao mesmo ritmo de passeio a que viemos (podia ser psicológico, mas agora podia jurar que já não havia abanicos de peida) até chegar à avenida marginal onde, sem surpresas nesta altura, as paragens nos semáforos são constantes. Perto de um hotel, uma família passa na passadeira protegida pelo semáforo verde para os peões, a menina loira que um homem alto de cabelo claro levava pela mão, fica fascinada a olhar na nossa direcção. A Bufas, envergonhada (e ruborizada, apesar de não se notar muito por causa da cor da pele) por se sentir de novo o centro das atenções, acanhou-se e tive que ser eu a acenar a menina do vestido cor-de-rosa que de volta sorriu e acenou... com as duas mãos até nos perder de vista! Bufas, rapariga, és uma estrela internacional... mesmo no teu país de registo!
Quando se anda de automóvel, isto não acontece, pois não?